Dicas de Viajante

Como as últimas semanas do intercâmbio foram bem agitadas (vou contar sobre elas no próximo post), não deu tempo de postar nada e já escrevo em terras brasileiras!
Mas antes de falar do final da viagem…

Quero dar cinco dicas gerais pra quem pensa em viajar, ou tá começando agora sua jornada:

1. Não é War.
Você não precisa conquistar todos os territórios, por isso, CALMA. Eu sei que é uma tentação querer ir pra todas as cidades/países próximos. Mas melhor do que correr contra o tempo e ficar frustrado/da pelos lugares que não deu pra conhecer é ir pra onde surgirem oportunidades, ver tudo com calma e ter sempre em mente que você pode, SIM, ter outras oportunidades de voltar e conhecer ainda mais.

A Europa não vai ser transferida pra Marte amanhã. Calma.

 

2. Surfe os sofás.
Aproveite bem o CouchSurfing. Hospedar e ficar hospedado na casa de pessoas do mundo todo… Essa experiência com CS é quase indescritível. Fortalece sua confiança nas pessoas, você ganha conselhos e dicas especiais que nem todo turista sabe. Compartilha e vive novas histórias, exercita o inglês e aprende um pouco de outras línguas, divide a comida e novas receitas, faz amigos. É sempre uma experiência diferente e um aprendizado.

 

3. Olhe os muros.
Eu, como participo e adoro arte urbana, não posso deixar de dizer isso: Não se atenha a olhar só pros grandes pontos turísticos. Ande pelas ruas olhando pros lados, pros becos e pras esquinas, é certeza que você vai encontrar milhões de coisas incríveis que artistas locais (ou não) deixaram lá pra te encantar… Até fiz um album no Facebook com as artes mais legais que encontrei pela Europa nesse ano de intercâmbio.

Jef Aerosol (!!!) perto do Pompidou, em Paris

 

4. Ande. Muito.
Foi a melhor dica de viagem que recebi, e to passando pra frente. Antes de sair pra conhecer qualquer cidade, vá antes no Google ou na recepção do hostel e veja se lá rolam Free Walking Tours. Esse é um esquema onde guias se disponibilizam pra mostrar os principais pontos da cidade a pé, e no caminho eles vão falando sobre as origens da cidade, contextualizam ela na história e contam curiosidades, superstições, explicam costumes, etc. No final, você paga ao guia uma “gorjeta livre” de quanto você acha que valeu o tour (ou quanto você puder gastar). A Sandeman’s é uma organização que tem ótimos tours em várias cidades da Europa. Em Barcelona o Travel Bar tem um muito legal, além de outras atividades….  É um sistema inteligente, que acaba saindo barato pra estudantes e é muito divertido!

O.J., o guia de Madri / Tijo, nosso guia em Praga / Tim, o guia mais louco que o Batman servindo queijo no tour de Amsterdam.

 

5. Coração aberto!
Queria que alguém tivesse me dado essa dica importante antes de eu ir, então ATENÇÃO AQUI! Nem tudo são flores e fotos com sorrisos na vida de um intercambista viajante… Você vai morrer de saudades de casa. Você vai se sentir sozinho/a. Você vai entrar em furadas, passar perrengue em viagens. Você vai errar muito por falta de experiência. Mas mantenha sempre o coração aberto e pronto pra outra! Se permita fazer o impensável. Tire fotos idiotas. Vá em todas as festas que puder, e nas aulas também :) Aproveite cada convite dos amigos pra viagens e lembra sempre que cada tropeço é um novo aprendizado. O que vai restar depois são as fotos e as lembranças.

Se joga.

Falando em início de jornada…
As minhas amigas do Design da Univille Elaine e Barbara acabaram de começar a delas em Portugal!
E foram muito mais espertas e profissionais que eu, capricharam criando o Nossas Linhas. Além de um blog, as gurias mantem uma página no Facebook com as novidades. Tá bem legal acompanhar elas, confere lá :)

Até (;

O (meu) Caderno de Viagem

Uma das primeiras coisas que fiz quando cheguei aqui em Porto, em setembro do ano passado, foi tratar de ir na papelaria e voltar pra casa com um caderno novo.
E não era um caderno qualquer… Aquela brochura sem graça que custou €1,00, de capa preta e sem linhas ia se tornar um companheiro fiel durante a viagem e um álbum de lembranças a ser guardado por muitos anos: aquele caderno é hoje o meu Caderno de Viagem.

O ditocujo.

Em pouco tempo ele virou um mural da minha rotina e das minhas viagens, preservando pequenos objetos e detalhes que eu não sei se ainda estariam fresquinhos na minha memória sem ele. Acho que o Caderno de Viagem é a materialização da minha vontade de lembrar de cada detalhe desse ano de intercâmbio.

Moeda de 1/2 dihan do Marrocos, cartão de transporte da Holanda, pulseira trançada pelos nigerianos em Paris e uma pena de gaivota da praia de Matosinhos.

Ele nunca saiu do meu apartamento, mas é tão viajado…
Depois de descobrir um pouco sobre a Catalunha ou de 12 dias pela Itália, lá to eu refazendo mentalmente o roteiro e colando ingressos, rótulos, adesivos e escrevendo legendas sobre os lugares visitados e pequenas lembranças das viagens.

Pedacinhos das viagens (:

E os passeios pelo Porto também não podem ser esquecidos, porque essa cidade é mágica!
Olha ali a “placa” laranja que rendeu nossa carona de Sta. Maria da Feira… Tem propaganda de exotérico africano, raspadinha que não deu em nada, mais ingressos e uma página inteira pra A Vida Portuguesa, que é uma loja muito gira (ou linda) daqui.

Pedacinhos da vida no Porto.

Outro motivo que me faz guardar esse Caderno com muito carinho é que ele carrega mensagens da maioria das pessoas que hospedamos aqui em casa pelo CouchSurfing.
Entre receitas de sobremesa em português confuso e mensagens em chinês (de uma taiwanesa) com tradução simultânea, eu acabo sempre lembrando do tempo que passamos juntos e da oportunidade de conexão que tivemos, pelo menos por alguns dias.
Aqui, a maioria dos intercambistas vivem em apartamentos de nacionalidades mistas, e numa casa só de brasileiros como a nossa, poder receber gente de outros países é sempre um presente!

Mensagens dos nossos “couchs” ;D

Enfim, agora faltam menos de três meses pra eu voltar pro Brasil.
To administrando as entregas dos trabalhos do final de semestre na faculdade, e planejando meus últimos passeios (desse ano) pela Europa.
Espero ainda ter muita coisa pra colar e escrever no meu Caderno de Viagem!

Até (;

Santa Maria da Boléia

Conhecer as cidades vizinhas do Porto sempre vale a pena. Os passeios são curtos, de um dia só, mas acabam deixando boas lembranças. (:
Eu e mais cinco amigas tiramos o último domingo pra passar o dia em Santa Maria da Feira, onde tava rolando o Imaginarius, um festival internacional de teatro de rua.

As seis esperando a peça começar

Saímos daqui com um clima indeciso, chegamos lá com solzão e calor. E parecia mesmo que tinhamos aportado em outras terras, porque encontramos girafas andando pelas ruas, bicicletas com três rodas na frente, uma orquestra de 400 integrantes e muitas outras surpresas.

“Veciclopedia”, do projeto Ez.

Cenas do festival :)

Mas a maior suspresa pra nós ficou pro fim do dia: perdemos o último autocarro (ou ônibus) de volta pro Porto.
Apesar de estarmos em seis, resolvemos dar uma chance pra sorte. Peguei o folheto do evento, escrevi o mais legível possível “PORTO” e lá fomos nós pedir boléia (ou carona) pra casa.

Confecção da placa e a expressão facial “precisamos ir pra casa!” da Giu.

Depois de uma meia hora de muitos sorrisos pros carros grandes, dedões levantados e até de uma previsão pessimista de dois rapazes que passavam por ali (“vocês vão ficar a pedir boléia até amanhã, pá!”), uma moça portuguesa parou disposta a nos levar. O carrinho dela era pequeno e cheio de tralhas de montagem de som dos espetáculos. Como não cabíamos todas, essa anja ligou pra mais dois amigos que tavam trabalhando com ela e fomos muito bem trazidas, duas em cada carro.

Nossos caroneiros!

Essa boléia significou muito mais pra nós do que um simples favor… Depois de passar por vários episódios de grosseria e de tantas recomendações pra “voltarmos pro nosso país”, deu pra voltar a torcer pela hospitalidade e pela boa vontade dos filhos de Portugal.

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Vou aproveitar pra indicar o blog da minha amiga (e vizinha) Giuliana, que também resolveu contar um pouco do intercâmbio de post em post.
Confiram, ela estuda jornalismo e escreve melhor que eu! ;P
http://www.viagemtipoexportacao.com/

Até (;

She’s only happy in the sun

Faz mais ou menos duas semanas que o calor voltou pro Porto.

O engraçado é que desde o meu último post…


eu visitei a Espanha,


jantei no Natal longe da família,


passei pela primeira vez o ano novo toda encasacada (em Amsterdam!),


conheci Braga, Guimarães,


pulei o Carnaval em Ovar pra espantar o frio de -1 grau,


passei uns dias com a minha tia em Lisboa,


fiz um piercing no nariz,


hospedei aqui em casa e fui hospedada por um monte de gente diferente pelo CouchSurfing,


passei uma semana em Paris,

me despedi de amigos amados que voltaram pro Brasil,

chorei muito por coisa pouca,


fui pro Marrocos, dormi no Sahara, andei de jipe pelas dunas,


passei a Páscoa na Itália,


participei do Erasmus National Meeting no Algarve,


fui em um monte de festas malucas,


assisti o último jogo do Porto (que foi bicampeão português!) desse ano no Estádio do Dragão,

me diverti na Queima das Fitas,


participei de uma exposição de trabalhos na Reitoria da Universidade do Porto

…E só quando o inv(f)erno finalmente foi embora é que eu tive vontade de escrever aqui de novo.
Sem a família por perto, fora de casa, sem senso de obrigação e com a rotina toda bagunçada, parece que eu precisei perder toda a disciplina, deixar o caos tomar conta (do coração, do quarto, dos estudos…) pra entender a verdadeira importância dela. E disclipina é liberdade. Nesses meses que eu não escrevi, fui julgada, aprendi errando, passei aperto em viagens, pensei sozinha, fiquei doente, ganhei um pedacinho de independência, de maturidade.

E desde que o sol voltou parece que acabei de chegar no Porto, que voltei a reparar em tudo com olhos curiosos, que os menores detalhes voltaram a ter graça, que os amigos se reaproximaram espontaneamente e os desenhos saem do lápis sem esforço.
No primeiro dia de calor, eu me peguei dançando sozinha e pensei: “voltei pra mim mesma”. Parece que o sol voltou e reaqueceu meu coração, me trouxe de volta pro eixo.

Acho que é por isso que as pessoas falam do intercâmbio como “uma oportunidade única”.
É um tipo de mágica onde você vive 1 ano que valem por 10.

Travel Bar – Barcelona

43 dias

(Eu queria ter feito esse post no dia 12 desse mês, quando completei meu primeiro mês aqui em Porto… Mas os dias aqui passam tão rápido que só pude fazer isso agora.)

Um mês.
As águas rolaram por debaixo da ponte, e quando eu percebi, já tinha passado esse tempão.
Só tenho a agradecer por tudo que eu to vivenciando, principalmente aos meus pais extraordinários e lindos, que me motivaram e me apoiaram desde o começo, enfrentaram a burocracia comigo, choraram no aeroporto comigo e estão no meu coração em qualquer lugar que eu vá.
Essa viagem é o melhor presente que eu poderia ganhar deles, depois da luz minha própria vida.

Obrigada também a todos os meus amigos que me desejaram boa sorte e que lembram de mim de vez em quando, assim como eu lembro deles sempre. Muita saudade desse povo.
Longe dos amigos e da família, é que você aprende a valorizar as pessoas boas que tão sempre por perto, não importa a distância.

Nesse começo, o que eu posso dizer é que viajar pode proporcionar experências novas e incríveis, visões deslumbrantes, fotos, novos sabores e cores, novas pessoas… Mas o mais surpreendente é ter a oportunidade de perceber o que permanece em você apesar da mudança de país, o que te faz ser quem você é, e buscar se descobrir por dentro a cada descoberta externa.
É isso que eu to vivendo agora.

E como o assunto é viajar…
Amanhã eu e o pessoal aqui de casa estamos indo conhecer a Espanha por uma semana! Vamos chegar em Barcelona, depois Valencia e Madri. Já recebi várias dicas de amigos atenciosos e aceito muitas outras mais. Quem já tiver ido, fique a vontade pra compartilhar.

Até a volta (;

Futebol Tunado

Sumi por uns dias por conta de outros compromissos, mas to viva ainda! (:
E com tanta coisa pra contar, que nem sei…

Os dois momentos que eu mais curti na semana passada foram a apresentação da tuna universitária e o jogo de Portugal.
Vamos lá:

As tunas universitárias são grupos de acadêmicos de cada faculdade, que se reúnem para tocar e cantar músicas tradicionais dessa época mágica que é a graduação.  Existem tunas de meninos, de raparigas, e as mistas.
Fomos assistir uma apresentação da tuna da Faculdade de Ciências no domingo passado, na rua. As músicas são muito cativantes, e a mistura da tradição com a irreverência fica muito fixe (ou legal).
A Ilana fez a mendiga e foi convidada para a valsa…


…Os rapazes são um mix de dançarinos do créu velocidade 3 e astros do rock…

…E também rola uma ginástica rítmica / kung fu com os estandartes.


Inclusive, semana que vem vai rolar aqui em Porto o vigésimo quinto Festival Internacional de Tunas Universitárias. Bora?

Já na sexta passada, fomos ao jogo Portugal x Islândia aqui no Estádio do Dragão (aquele, humilde…).
Nesse fenômeno sociológico que é uma partida de futebol, as duas maiores diferenças que notei nos costumes das pessoas:
1. Ao contrário do Brasil, a grande maioria das pessoas não usa a camisa da seleção ou de outros times pra ir ao jogo, e sim o cachecol com as cores e o brasão do ditocujo – Dito isso, claro que cada um de nós na hora se sentiu na obrigação de arranjar um cachecol de Portugal (:
2.  Todo mundo vai e volta de metro. A estação do Estádio é enorme, e só fica cheia de gente em dias de jogo. Não vi uma mínima mudança no trânsito ao redor do estádio, a não ser em frente a entrada principal, onde as pessoas precisavam atravessar a rua, do metro para o estádio. Além disso, o metro coloca a disposição dezenas de funcionários para orientar as pessoas e agilizar as coisas em dias de jogo. Show de bola.

Além disso, o estádio é tão lindo por dentro quanto por fora, e meu coração parou por 3 segundos quando dei de cara com o gramado.
O campo fica num nível bem próximo às cadeiras, você fica muito mais “dentro” do jogo. E com muito mais vontade de pisar na grama, também ;D

E mesmo que eu esteja em outro país fazendo a ryca, jamais vou esquecer de representar o meu Joinville Esporte Clube, que inclusive hoje meteu 4×1 e está a um jogo de subir pra série B. Queria muito ter visto isso na Arena, mas não tenho muito o que reclamar no quesito jogo de futebol, certo?

Pra quem ficou curioso: ficou 5x3, pra Portugal (:

No mais, tudo decorreu na paz de Nossa Senhora Maria Chuteira: dribles, gols, pipoca, ôlas, penalti, emoção, festa, juiz ladrão…
É bom saber que algumas coisas são universais.

Essa viagem, mesmo no início, tá me dando de presente momentos simples e deliciosos, que me fazem sentir mais viva.
Deve ser isso o que chamam de qualidade de vida.
A apresentação da tuna, um piquenique no parque ao lado de casa, uma boa aula…
Só posso reclamar é da saudade.

Até (;

Pedaços da rua

Quem quiser conhecer um pouco da arte urbana que rola aqui nas ruas do Porto, 
pode conferir esse post no site do Coletivo Chá.

Até (;

À portuguesa

A pedido de gordinhos dos dois lados do Atlântico, àvidos por novidades vegetarianas, aí vão as primeiras impressões dessa viagem gastronômica.

No momento que cheguei aqui no nosso prédio (lembra que ficamos trancados pra fora?), desci no Pão Quente Leão aqui do lado e pedi um Guaraná Antartica. Foi a primeira coisa que tomei em Portugal, pra começar o intercâmbio com o pé direito. Depois, descobrimos que aqui também tem um chamado Guaraná Brasil, com um tucano estampado na lata verde e amarela, apesar de ser fabricado em Portugal.

Guaranás!

Outra doçura brasileira são os gelados (ou picolés), que vem direto do Brasil pra nos refrescar nas tardes quentes de passeios.

Refrescância 100% brasileira.

Aqui em Portugal (acho que no resto da Europa também) os estabelecimentos já aceitaram que os vegetarianos existem e também tem fome. Ainda fico com o pé atrás quando tenho que comer fora… (É meu instinto herbívoro :B) Mas isso tende a passar com o tempo.
Também, não precisa de muita frescura no prato pra me agradar. Depois de me tornar vegan, aprendi a provar mais coisas diferentes (O paladar acaba mudando, o que é ótimo!) e me farto com qualquer prato de arroz com feijão e batata frita.
Eu sempre encontro alguma coisa decente em todo lugar que vou, e os restaurantes que não tem nada no cardápio compreendem perfeitamente e se esforçam pra improvisar alguma coisa gostosa. Não sei se eu tive sorte até agora ou se é isso mesmo, espero que seja!

Meu almoço numa tarde quente perto da Reitoria

Até no almoço chique que tivemos essa semana no Museu do Douro, me deliciei. Sopa de cogumelos como entrada e depois um risoto que tava tão gostoso que esqueci de fotografar.

Sopa no Museu e a louça tradicional portuguesa

E como criança de barriga vazia não presta atenção na aula, o refeitório da faculdade tem sempre três opções de cardápio: onívoro, “dieta” e vegetariano. Tem bastante variedade na semana, e eles servem almoço e jantar todos os dias por um preço bom (2,25 euros). A refeição inclui suco, pão, sopa, prato principal e sobremesa. Além da estrutura ser ótima e o almoço barato, acabei provando uns pratos tradicionais e umas coisas diferentes aqui, como croquetes de milho e alho francês (ou alho poró) com batatas. Só de lembrar dá fome!

Primeira refeição na faculdade :D

Ir ao supermercado nunca foi tão difícil. É complicado escolher no que investir, com tanta opção! Toda vez que vou, trago uma marca de iogurte diferente. As coisas da Alpro, que tem aqui mas eu já conhecia no Brasil, continuam no topo do ranking das mais gostosas. E tem várias marcas de leite de soja, sorvete, congelados diferentes e algo parecido com linguiça, além das coisas de glúten. Provei pouca coisa até agora, mas to gostando da maioria (:

Comida vegan faz as pessoas ficarem felizes, assim (:

É claro que nem tudo é um mar de rosas… Comida de restaurante é um pouco insosa, o arroz é empapado, aqui se come muita carne de porco e 90% dos alimentos leva ovo.
Mas contra todos esses infortúnios, tenho em casa duas jóias chamadas Vanessa e Marcela, que fazem Gastronomia e dão um jeito pro arroz ficar soltinho, que me fazem provar um molho de tomate incrível na massa, e que administram as refeições pra gente ser feliz <3

E falando nelas,  lembrei do jantar universitário. É uma janta com pratos baratos, cerveja e sangria (vinho + frutas + cerveja) incluidos, com várias mesas compridas cheias de universitários a cantar músicas tradicionais…
“Imaculada Senhora dos Pastéis
Fazei com que o vinho
Não se acabe nos tonéis.
E que a àgua ardente
Seja cada vez mais forte!
Juro e jurarei,
Beberei até à morte.
E quando morrer,
Não quero choros nem gritos,
Quero ao pé de mim,
Um garrafão de cinco litros!”

O Felipe já morreu e tá à espera do garrafão.

Fim de semana passado eu e as meninas conhecemos um lugar apaixonante: a Rota do Chá. É uma casa de chá com vários ambientes, um jardim com mesinhas baixas e um cardápio infinito de chás de todos os lugares do mundo. Os dois que eu experimentei (“Love Story” e “Champagne Strawberry”) tinham cheiros incríveis, pareciam perfumes. Passamos lá um bom tempo, comendo torradas e sanduíches, tomando chá e nos sentindo num universo paralelo. É romântico e aconchegante… É especial pra mim porque tenho uma relação particular com o chá. Tenho saudade de lá, e quero levar todos que vierem me visitar pra passar uns minutos nesse outro mundo :)

Eu, feliz.

Um universo paralelo no Porto.

Já peguei outras dicas sobre compras e restaurantes vegetarianos na cidade, e se calhar faço outros post sobre comida no decorrer dos meses.
Que haja taekwondo pra queimar todas essas delícias!

Até (;

A nossa praia

O que faz um dia na praia ser inesquecível?

Eu diria que os ingredientes podem ser a beleza da praia em si, o sol na medida certa, os artigos indispensáveis (cangas, óculos de sol, protetor…), a temperatura da água, mas principalmente, as pessoas que vão junto.

Antes de vir, admito, eu estava com um pé (e meio) atrás quanto o pessoal que iam morar comigo. Conhecia uns dois ou três de vista, e o resto deles eu nunca tinha visto antes das reuniões no Brasil. Tive receio das pessoas serem chatas, mimadas, preconceituosas, fedidas, sarnentas, e tudo o mais. Nunca se sabe, né?

Só relaxei quando cheguei aqui em Portugal, e todos me receberam super bem.  Logo nós identificamos os times dos solteiros e dos comprometidos, dos bêbados e dos que não bebem, dos onívoros e dos herbívoros (ok, to jogando sozinha nesse time :T), dividimos os apartamentos, fizemos compras, faxina ao som de música alta, e pude ver que ficar com o pé atrás foi uma besteira.

Os guris toda hora que vão no mercado, compram um quitute vegan (ou végan, aqui) pra mim, de presente, como quem diz: “tu é chata, mas a gente aguenta!” e por enquanto sempre teve um ser humano paciente e bom de matemática pra fazer as contas de divisão do mercado tirando os itens que eu não consumo (carnes, leites, ovos, chocolates com leite, queijos, etc etc etc).

O povo que mora comigo foi uma grata surpresa, e eu espero que a gente se dê bem todos os dias, até o fim do intercâmbio. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza. É galera, é quase um casamento… Só que com 9 pessoas.

Povo que mora comigo: casamentos, kuduro e chinelagem.

Sendo assim, fomos nós, cada um com seus 9 cônjuges pra praia de Matosinhos.
É a praia mais próxima aqui de Porto, dá pra ir de metro rapidinho.
Matosinhos é como se fose um distrito de Porto. Com lojinhas, lanchonetes, um porto e infinitas gaivotas. Logo no início do areal há um monumento em memória dos pescadores que morreram em uma tempestade em 1947.

Monumento aos pescadores e gaivotas que não acabam mais.

Chegamos lá antes do almoço, e o dia estava feio, feio, feio. Mas como somos brasileiros e não desistimos de uma praia nunca, sentamos pra tomar um picolé e ver se o tempo abria. Tomamos um picolé, dois, três, uma cerveja (sem àlcool, pra mim), uma batatinha e tcharan! O sol abriu lindo e majestoso pra gente passar o resto de tarde na areia.

Matosinhos antes e depois do sol.

Logo foram estendidas as cangas e providenciadas uma bola de volei e um kit de frescobol. Depois de algumas horas chegaram mais alguns que tinham ficado com medo do tempo feio mais cedo.

O mulherio.

Os corajosos arriscaram uns mergulhos na àgua geladíssima, porém gostosa. Eu entrei no mar e no segundo mergulho já não sentia mais os tornozelos. Fizemos uma caminhada pra recuperar as articulações, com direito a ver uma mulher praticando naturismo em plena praia, com marido e filho dando apoio moral… E nos despedimos do mar com mais mergulhos congelantes.

O povo.

O por do sol inspirou todo mundo a fazer palhaçada na areia. Quando dei por mim, eu estava subindo no ombro dos guris pra tentar fazer uma pirâmide humana.

É... eu tentei.

Mas foi a minha colega de quarto da Gastronomia, a Marcela, que se mostrou imbatível nas modalidades dois e três andares. A menina é um fenômeno.

Marcela: talento é pra quem tem.

O dia acabando, a fome batendo… Trocamos de roupa e batemos em retirada pra casa. Cansados, bronzeados e com mil lembranças do dia na praia.

Céu do fim da tarde na praia, com arco-íris e tudo.

Sem dúvida, agora eu vou com os dois pés a frente.

Até (;

O (meu) Porto

Faz 12 dias que cheguei no Porto. No ir-e-vir de resolver coisas desde a minha chegada, deu pra conhecer alguns lugares, e vou fazer um panorama geral da cidade:

A primeira coisa que se repara quando se chega num lugar novo são as casas e construções ordinárias que ladeiam as ruas. Aqui tem prédios e casas muito fofas, que dão o tom da cidade.

Casas na vizinhança, ao sol do Porto

Os bairros mais comerciais tem o mesmo encanto das casinhas apertadas e antigas, com ladeiras pra todos os lados, o que tá me instigando a comprar uma bicicleta por aqui.

Casas no centro e perto da Reitoria. Me sinto numa cidadezinha de brinquedo!

Antiga, muito nobre, sempre leal, invicta, e cheia de ladeiras.

As fachadas e os nomes das lojas são uma graça a parte quando se anda pelas ruas.

"Pedante que vai pra Portugal e acha que tá na Europa" @tiposdepedante

Dois lugares importantes pra nós: a Praça dos Aliados, que fica perto de mais ou menos tudo, e onde fica a Câmara Municipal (ou Prefeitura), o Palácio da Bolsa e outros prédios bonitos e imponentes. E a Praça Gomes Teixeira, que abriga a Reitoria da Universidade do Porto, onde podemos resolver muitos pepinos acadêmicos. Perto da Reitoria ficam também alguns bares (o Piolho é o mais tradicional), que nas quartas e sextas transformam o lugar numa espécie de Lapa do Porto, um agito só.

Reitoria da U.Porto e Pça dos Aliados

Pelas redondezas tem também a Estação de São Bento, que é a estação de comboios (ou trens) do Porto. Já demos um olhada, as passagens pra cidades próximas como Braga e Guimarães são baratas, vamos aproveitar pra conhecer assim que der. A estação tem a característica que rege o visual da cidade: a tradição dos azulejos e o antigo convivendo com a modernidade dos meios de transporte e construções contemporâneas.

Estação de São Bento

Falando em transporte, aqui a gente usa muito o metro (ou metrô). É moderno, rápido, limpo, confortável e fácil de se achar. Pra ser perfeito, só faltava a tarifa zero. Mas mesmo assim, na condição de estudantes, pagamos 14 euros por mês para andar de metro, autocarro (ou ônibus) e bonde quantas vezes precisarmos. Os autocarros aqui são movidos a gás natural (!). Mais um fator que tá me motivando a comprar uma bicicleta é que podemos levá-la sempre no metro e nos autocarros, uma bela mão na roda.

Metro que passa pela ponte por cima do Rio Douro, estação de metro na superfície e Salgueiros, a estação da nossa casa.

De metro se vai a todo lugar, inclusive uma paragem (ou ponto) importante é o Estádio do Dragão, que é o estádio do FC Porto, o time de futebol da cidade. Visitei o estádio em um dia sem jogo, só para conhecer mesmo. Pra quem estava acostumada a ir na Arena Joinville, o Estádio do Dragão é coisa de outro mundo. Adotei o Porto como meu time provisório esse ano, e assim que tiver um jogo que o ingresso não custe os olhos da cara, vamos todos assistir. A loja do time é enorme, e tem todos os artigos que você possa imaginar com a marca do FC Porto, em várias versões diferentes. Já sei onde vou comprar uns presentes pro Bruno, pro sogro e mais alguns amigos (:

E pra fechar o tour com chave de ouro, só mesmo o Rio Douro, que corta a cidade no meio e cria o principal cartão postal do Porto. Nas noites de segunda feira, o forte é ir pra Ribeira (beira do Rio, acertou), que vira a segunda Lapa da cidade. Na semana passada, com um pandeiro, gente bêbada e vozes incansáveis, fez-se uma roda de samba brasileira, que contagiou os estudantes de outros países de estavam em volta e fez a gente voltar pra casa quase de manhã.
Vale a pena também ir a pé ou de metro até Gaia, o que te faz passar por cima de uma das pontes que ligam as duas margens do Rio Douro. A vista é sensacional num dia de sol, com os barquinhos turísticos passando por baixo da ponte. Ainda vamos fazer esse passeio.

De Gaia, a vista do lado esquerdo, da ponte e do lado direito. Sem palavras!

Hoje é sábado, eu e as meninas aqui de casa estamos tramando o que vamos fazer para conhecer mais cantos dessa cidade cativante.

Até (;

A viagem

“Diz que nunca entrou na de viajar, vai?”

Depois de meses de inscrições, preparativos, documentos, burocracias… Minha viagem finalmente começou. E foi na festa de despedida, dois dias antes do vôo pra Portugal.

Todos os amigos convidados, salgadinhos e docinhos vegans na mesa, música boa tocando. A cada de pessoa que me perguntava sobre a viagem, que dava uma lembrancinha (ganhei um presente mais lindo que o outro, trouxe todos!) ou me dava um abraço apertado e desejava boa sorte, a ficha ia começando a cair. “Caramba, vou viajar mesmo, ficar um ano longe de tudo… E agora?” (Pra falar a verdade, nos primeiros dias que eu passei aqui, a ficha não tinha acabado de cair ainda.)

Convite que fiz pra despedida

Depois disso foi limpar a bagunça da festa, enfiar os últimos itens na mala (…sentar em cima dela pra fechar), e partir pro aeroporto. A despedida dos pais e do Bruno foi com o coração apertado, nos últimos minutos antes do embarque. Chorei bastante, até o avião decolar. O medo da saudade é triste demais, mas eu tive que encarar pra poder estar aqui e conhecer um lugar totalmente diferente, estudar, e depois poder receber todo mundo aqui!

Últimos beijinhos antes de ir

A conexão no Rio foi loooooonga (das 8:30h às 17:30h, VALEU), mas foi legal. Mais perto do almoço meus irmãos, os cunhados e minha sobrinha foram me ver. Comemos, discutimos o sentido da vida, rimos muito e no fim, os abraços e beijos. Agora espero todo mundo vir me visitar. (:

Família me distraindo na minha conexão de 9h

No avião, depois dos filmes na telinha em frente (Piratas do Caribe 4 e Kung Fu Panda 2 :D), da janta (tinha opção de massa :D), dormi, conversei com a mulher do lado, tomamos café da manhã e finalmente chegamos em Lisboa. Foi lindo!

Portugal me recebeu como o slogan da companhia aérea: de braços abertos. Na mão esquerda, me mostrou a lua se pondo no horizonte. Na mão direita, um céu vermelho de nascer do sol. Logo o céu era amarelo e lilás, e depois um arco-íris. Um bom começo pra quem tinha mais um vôo pela frente pra chegar em casa.

Vim com mais um colega de Joinville, que tá morando com a gente, o Leandro. Enfrentamos a fila suave da imigração (umas 150 pessoas na nossa frente, só), demos uma volta pelo aeroporto de Lisboa procurando o portão de embarque, e depois de pegar um ônibus, ir pra outro terminal, fazer o embarque e voltar pro mesmo terminal do começo pra entrar no avião (não foi burrice nossa, foi o esquema da TAP, acredite se quiser), pegamos o vôo. Pelo menos foi curtinho, só deu tempo de ir no banheiro.

Em Lisboa: Eu, o Leandro e a fila.

No aeroporto de Porto encontramos mais um povo que veio no vôo direto e nos esperou, e viemos pra casa. Assim que chegamos, nossa amiga Pamella trancou-se ela própria e todo mundo pra fora de casa! Já que não tinha jeito, fui no Pão Quente Leão (ou padaria) que tem aqui do lado, tomei um guaraná Antártica (uhul! Aqui tem!) e liguei pros meus pais, pros sogros e depois pro Bruno.

Todo mundo bem, cansados porém vivos, entramos em casa e me deparei com a notícia mais linda do dia: nosso prédio é só nosso! São dois apartamentos, um em cima do outro, pra cinco pessoas em cada. Ficamos as cinco meninas em um e os cinco meninos no outro. Perfeito! Os apartamentos são novinhos, uma fofura, e estamos todos convivendo muito bem.

De lá pra cá foi isso, veremos o que vem adiante!

Até (;

Começar do início

Oi vocês (:

Fiz esse blog para dividir e registrar os momentos, as curiosidades, as dicas e miudezas desse meu intercâmbio de um ano em Portugal.

Vamos começar do começo: Oi, eu sou a Mariana, tenho 19 anos. Vim pra Portugal para estudar um ano de Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Sou vegana, drug free, faço taekwondo, gosto de arte urbana, de rap… E mesmo com toda a esquisitice, tenho um menino que gosta de mim e que eu adoro, no Brasil. Ele é o Bruno, e em algumas semanas vamos nos ver de novo. Moro com mais 9 pessoas aqui no Porto, to amando tudo e tirando muitas fotos.

Vou tentar mostrar o continente, a cidade e a rotina do lado de cá, através do meu olhar incomum.

Espero que gostem de viajar comigo!