A nossa praia

O que faz um dia na praia ser inesquecível?

Eu diria que os ingredientes podem ser a beleza da praia em si, o sol na medida certa, os artigos indispensáveis (cangas, óculos de sol, protetor…), a temperatura da água, mas principalmente, as pessoas que vão junto.

Antes de vir, admito, eu estava com um pé (e meio) atrás quanto o pessoal que iam morar comigo. Conhecia uns dois ou três de vista, e o resto deles eu nunca tinha visto antes das reuniões no Brasil. Tive receio das pessoas serem chatas, mimadas, preconceituosas, fedidas, sarnentas, e tudo o mais. Nunca se sabe, né?

Só relaxei quando cheguei aqui em Portugal, e todos me receberam super bem.  Logo nós identificamos os times dos solteiros e dos comprometidos, dos bêbados e dos que não bebem, dos onívoros e dos herbívoros (ok, to jogando sozinha nesse time :T), dividimos os apartamentos, fizemos compras, faxina ao som de música alta, e pude ver que ficar com o pé atrás foi uma besteira.

Os guris toda hora que vão no mercado, compram um quitute vegan (ou végan, aqui) pra mim, de presente, como quem diz: “tu é chata, mas a gente aguenta!” e por enquanto sempre teve um ser humano paciente e bom de matemática pra fazer as contas de divisão do mercado tirando os itens que eu não consumo (carnes, leites, ovos, chocolates com leite, queijos, etc etc etc).

O povo que mora comigo foi uma grata surpresa, e eu espero que a gente se dê bem todos os dias, até o fim do intercâmbio. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza. É galera, é quase um casamento… Só que com 9 pessoas.

Povo que mora comigo: casamentos, kuduro e chinelagem.

Sendo assim, fomos nós, cada um com seus 9 cônjuges pra praia de Matosinhos.
É a praia mais próxima aqui de Porto, dá pra ir de metro rapidinho.
Matosinhos é como se fose um distrito de Porto. Com lojinhas, lanchonetes, um porto e infinitas gaivotas. Logo no início do areal há um monumento em memória dos pescadores que morreram em uma tempestade em 1947.

Monumento aos pescadores e gaivotas que não acabam mais.

Chegamos lá antes do almoço, e o dia estava feio, feio, feio. Mas como somos brasileiros e não desistimos de uma praia nunca, sentamos pra tomar um picolé e ver se o tempo abria. Tomamos um picolé, dois, três, uma cerveja (sem àlcool, pra mim), uma batatinha e tcharan! O sol abriu lindo e majestoso pra gente passar o resto de tarde na areia.

Matosinhos antes e depois do sol.

Logo foram estendidas as cangas e providenciadas uma bola de volei e um kit de frescobol. Depois de algumas horas chegaram mais alguns que tinham ficado com medo do tempo feio mais cedo.

O mulherio.

Os corajosos arriscaram uns mergulhos na àgua geladíssima, porém gostosa. Eu entrei no mar e no segundo mergulho já não sentia mais os tornozelos. Fizemos uma caminhada pra recuperar as articulações, com direito a ver uma mulher praticando naturismo em plena praia, com marido e filho dando apoio moral… E nos despedimos do mar com mais mergulhos congelantes.

O povo.

O por do sol inspirou todo mundo a fazer palhaçada na areia. Quando dei por mim, eu estava subindo no ombro dos guris pra tentar fazer uma pirâmide humana.

É... eu tentei.

Mas foi a minha colega de quarto da Gastronomia, a Marcela, que se mostrou imbatível nas modalidades dois e três andares. A menina é um fenômeno.

Marcela: talento é pra quem tem.

O dia acabando, a fome batendo… Trocamos de roupa e batemos em retirada pra casa. Cansados, bronzeados e com mil lembranças do dia na praia.

Céu do fim da tarde na praia, com arco-íris e tudo.

Sem dúvida, agora eu vou com os dois pés a frente.

Até (;

Um pensamento sobre “A nossa praia

  1. Marcela disse:

    Mari… adorei! Com certeza vai ser assim pra melhor todos os dias até o final desse intercâmbio… o “tal casamento a 9” rsrs…. * o fenômeno foi o melhor, rsrs
    Beijoss

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